Deviam vê-la, retratá-la, agora destruída e forçada a confrontar-se com o pouco nada que na realidade é e a miséria em que se tornou a armadura que para si criara. Armadura ridícula, ilusória, papel de alumínio à guisa de chapa de aço temperado, enganando mais a que a enverga do que aqueles contra os quais a deveria defender.
É agora fera ferida de lume apagado, deviam vê-la. O instinto leva-a a fugir para as sombras, querendo sarar e reconstruir-se a partir dos escombros que o caçador de olho vivo lhe deixou. O instinto atrai-a para ele como a chama atrai a borboleta, querendo retaliar, magoar, pagar de alguma forma a dúbia vergonha, a dor pungente de ser confrontada à força com as suas falhas e a sua pequenez - o pouco, o nada, que conseguira por tempos iludir-se que nao era.
nas asas fosforescentes da noctívaga borboleta, nascem sonhos e crescem vocábulos, qual fio de seda do Japão
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sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Crónica de um disparo II
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Amore Anima
Anima Mea Aeterna
coração da noite
aroma de deserto
sabor de café e menta
asa negra estrelada
onda de mar revolto
sopro de brisa agreste
lábios de puro mel
mãos de sal e sol
corpo de impuro divino
ardente sussurro
torrente de emoção
muralha protectora de
amplo abraço terno
ágil sonho profundo
sorriso de fumo
beijo pleno de luar
lugar onde mais pertenço
castelo étereo de prata e ónix
não me voltes a deixar.
domingo, 9 de agosto de 2009
Amar(guras)
Bem-vindos ao altar da desgraça, onde reside a solidão.
Bem-vindos à alma devassa, que por tudo nada passa, perdidos na escuridão.
Bem-vindos ao meu desespero, ao desassossego irrequieto de uma ânsia primal e preemente.
As boas vindas vos dou ao túmulo de um futuro que não será: um plano bem delineado, totalmente gorado. Apodrece na raiz do sonho, envolto em vã esperança pútrida, aquilo que podia ser, desejos de criança.
Acomodem-se bem, caros convidados, o espectáculo começa quando estiverem todos instalados. Da miséria, o retrato; do falhanço, o rosto; da solidão, o rasto; da falência de um esforço.
Escutem a música da alma quebrada, o negro cenário, a dança não coreografada. Observem o alcatrão onde penas se reproduzem, lamentos que tão bem da minha alma drenas, acordes de uma morte anunciada mas que teima em chegar.
Bem-vindos à alma devassa, que por tudo nada passa, perdidos na escuridão.
Bem-vindos ao meu desespero, ao desassossego irrequieto de uma ânsia primal e preemente.
As boas vindas vos dou ao túmulo de um futuro que não será: um plano bem delineado, totalmente gorado. Apodrece na raiz do sonho, envolto em vã esperança pútrida, aquilo que podia ser, desejos de criança.
Acomodem-se bem, caros convidados, o espectáculo começa quando estiverem todos instalados. Da miséria, o retrato; do falhanço, o rosto; da solidão, o rasto; da falência de um esforço.
Escutem a música da alma quebrada, o negro cenário, a dança não coreografada. Observem o alcatrão onde penas se reproduzem, lamentos que tão bem da minha alma drenas, acordes de uma morte anunciada mas que teima em chegar.
domingo, 21 de setembro de 2008
Até breve
O fim de um olhar,
o fitar de um horizonte.
Este profundo sonhar,
profecias de boca de hierofante.
Quebra-se o espelho
do reflexo da medusa,
fita-me agora um velho,
é ele a saudade que me usa.
Jogo no chão as místicas runas
perguntando por ti e teu caminho...
Espalho minh'alma nas dunas,
buscando em vão o teu carinho.
O silêncio abate-se sobre a rua
e a noite escura sobre mim...
visto-me de tristeza nua
ultrapassando a barreira do fim.
O arcanjo viandante,
ceifeiro da seara das vidas,
não me afastará de ti.
O momento determinante,
em que se vão todas as dúvidas,
não será para nós o fim.
Como sombra protectora
estarás sempre comigo.
Que sejas recebido nos doces braços da Senhora,
meu mui amado amigo.
Até breve, Alex.
o fitar de um horizonte.
Este profundo sonhar,
profecias de boca de hierofante.
Quebra-se o espelho
do reflexo da medusa,
fita-me agora um velho,
é ele a saudade que me usa.
Jogo no chão as místicas runas
perguntando por ti e teu caminho...
Espalho minh'alma nas dunas,
buscando em vão o teu carinho.
O silêncio abate-se sobre a rua
e a noite escura sobre mim...
visto-me de tristeza nua
ultrapassando a barreira do fim.
O arcanjo viandante,
ceifeiro da seara das vidas,
não me afastará de ti.
O momento determinante,
em que se vão todas as dúvidas,
não será para nós o fim.
Como sombra protectora
estarás sempre comigo.
Que sejas recebido nos doces braços da Senhora,
meu mui amado amigo.
Até breve, Alex.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Comoção
Corrói-me o ar,
Ao tocar minha pele.
Destrói veias e artérias,
Deteriora-me o sangue e o ser.
Esmaga-me com a pressão,
Comprime-me de gravidade,
Constrange minha alma…
Sufoco, de dentro para fora!
Sou corpo em decadência,
Espírito decomposto,
Alma trucidada.
Sou um tudo nada,
Amostra de humano
Que se arrasta
Ao invés de viver.
Rasga-me o peito,
Estilhaça-me o ventre,
Decepa-me os sentidos
E as terminações nervosas.
É isso que fazes,
Abominável recordação de ser,
Traidor sem nível,
Ser humano de segunda categoria.
Tudo porque
Um dia
Gostei de ti.
Ao tocar minha pele.
Destrói veias e artérias,
Deteriora-me o sangue e o ser.
Esmaga-me com a pressão,
Comprime-me de gravidade,
Constrange minha alma…
Sufoco, de dentro para fora!
Sou corpo em decadência,
Espírito decomposto,
Alma trucidada.
Sou um tudo nada,
Amostra de humano
Que se arrasta
Ao invés de viver.
Rasga-me o peito,
Estilhaça-me o ventre,
Decepa-me os sentidos
E as terminações nervosas.
É isso que fazes,
Abominável recordação de ser,
Traidor sem nível,
Ser humano de segunda categoria.
Tudo porque
Um dia
Gostei de ti.
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