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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Preces a um deus menor



Oh
Senhor da Escuridão, Daemos e Phobos da minha alma, porque me atormentais? Receio insano, temor sobre-humano, medo irracional!


Oh Senhora da Solidão, Somnus onírico do meu futuro, porque me esqueceis? Vazio expansivo, vácuo interminável, sofrer não justificado!


Oh
irmão da alma, sangue do meu sentir, porque me haveis abandonado? Conforto frio, carinho vão, toque inócuo!


Oh
anjo negro, paixão tépida da minha existência, porque vos levaram de mim? Desejo inacabado, anseio pútrido, amor sem mim!


Oh
minha melhor parte, Irmã e Mestre do meu ser, porque me deixastes? Companhia ausente, apoio esquecido, saudade premente!


Oh
Ego, eu que mais te escondes, porque sofremos assim? Ânsias, anseios, sonhos!" Falhas, derrotas, vidas perdidas!


Oh
companheiros, secretos camaradas da minha esperança, porque não a alimentais? Sonho presente, querer constante, futuro que não mais!


Oh
, meus amigos, não mais! Fazei da tristeza, riso; do sonho, verdade; da mágoa, lembrança; da saudade, amor! Vinde cantar uma lágrima e dançar no batimento de corações que anseiam sempre por mais!

domingo, 9 de agosto de 2009

Amar(guras)

Bem-vindos ao altar da desgraça, onde reside a solidão.
Bem-vindos à alma devassa, que por tudo nada passa, perdidos na escuridão.
Bem-vindos ao meu desespero, ao desassossego irrequieto de uma ânsia primal e preemente.

As boas vindas vos dou ao túmulo de um futuro que não será: um plano bem delineado, totalmente gorado. Apodrece na raiz do sonho, envolto em vã esperança pútrida, aquilo que podia ser, desejos de criança.

Acomodem-se bem, caros convidados, o espectáculo começa quando estiverem todos instalados. Da miséria, o retrato; do falhanço, o rosto; da solidão, o rasto; da falência de um esforço.

Escutem a música da alma quebrada, o negro cenário, a dança não coreografada. Observem o alcatrão onde penas se reproduzem, lamentos que tão bem da minha alma drenas, acordes de uma morte anunciada mas que teima em chegar.