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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Carta a um amor longínquo

Meu amor,
               há 5 anos que nos tocámos pela primeira vez, naquele lugar entre aqui e ali, entre sonho e limbo, entre terra e céu. Há 5 anos que te instalaste no meu coração, no meu pensamento, na minha alma. E aí ficaste, como se me tivesses lançado um feitiço.
               Dirias talvez que foi o contrário, a feitiçaria foi minha e foi de mim que ficaste cativo, com prazer. Cheguemos a acordo, foi mútuo e inesperado...e oh tão bom! Lutei contra a certeza de ti e deste sentir, então, temendo estar a ficar louca. Aposto que lutaste também, fugindo a sensações, anseios e sentimentos que há muito esqueceras que existiam e estavas certo de não ser capaz de sentir, pensar ou experienciar.
              Demos tanto um ao outro, meu amor, damos tanto às nossas almas imortais com esta união que o amor nos proporciona. Com esta entrega, este fogo, esta ternura risonha que agora me aquece o peito, ao lembrar os nossos despiques e provocações.
              Quase quero chorar, sinto água a juntar-se nas pestanas, mas luto contra as lágrimas. Recordar-te, recordar-nos, é um prazer. Deveria ser fonte unicamente de alegria. Se me assola a ânsia de te carpir, é porque te sinto a falta, porque as saudades sufocam tanto que o ar que respiro mal é suficiente.
              Amante, amigo, confidente, companheiro, amor. És tudo isso e muito mais, meu querido. E eu que sempre fui boa com palavras, fiquei sem vocabulário capaz de dizer o quanto te amo.
              Pergunto-me tantas vezes o que estarás a fazer, a pensar, a sentir. Pergunto-me se teremos outra oportunidade de nos termos nos braços um do outro, perdidos. Pergunto-me se sentes a minha falta, se pensas em mim. Se ainda me amarás como antes.
              Meu querido, meu amor. Sonho contigo, acordada e entre os lençóis da minha cama solitária. Fecho os olhos e vejo o teu rosto, sinto o teu cheiro, respiro o teu sorriso e o teu calor. E quero-te a meu lado, cada vez mais, a cada instante que passo sem ti.
              Os nossos planos para um amanhã partilhado foram-se, desfazendo-se em fumo? Não creio. Muito menos creio que assim o aches. Apenas os adiámos, até ao momento em que o destino nos volta a juntar e transforme em viver o nosso sonhar.
              Eu e tu, o "amor e uma cabana" talvez. Mas o amor, sempre o amor, sempre. Acima de tudo e de todos, para sempre.
             Um dia terei uma palavra que te descreva e ao que sinto por ti e tu por mim. Mais do que meu amor, mais do que meu amado, meu amante, meu querido, meu anjo; mais do que alma gémea, perdição, paixão. Consigo dizer o que és, o que não és, aquilo que és mais que...mas não consigo algomerar, aglutinar, conjurar, combinar os vocábulos para fazer compreender ao mundo este sentimento, este Amor.
              Tu tornas-me inteira, quase o velho cliché do "completas-me" mas não é bem isso. "Apenas" sou mais eu quando estou contigo; quando te tenho ao meu lado. Não receio ser eu mesma, sem vergonhas, contigo. Amar-te e saber que me amas faz-me acreditar em mim e nesse "potencial escondido" que dizem que todas as pessoas têm.
             Sinto a tua falta, tenho saudades de ti, de nós e de quem sou contigo. Mal posso esperar pelo nosso "para sempre".
           
              Amo-te, antes agora e sempre.
           
                                                      Tua, inteiramente
                                                                              Mashiara

terça-feira, 14 de setembro de 2010

S.E.R.


É impressionante como nos auto-confundimos tão facilmente. Como duvidamos de nós mesmos e daquilo que já tínhamos como certo acerca de de nós. Como o que achamos saber sobre o mundo e os outros está sempre em questão, sempre em cheque, sempre sob análise.

Serei só eu que penso assim? Que penso TANTO assim?

Como alguém que muito estimo me diz tantas vezes, não sou um floco de neve único e especial. Certamente. Neste exacto momento, milhares de pessoas devem pôr-se as mesmas questões que me atormentam.

 Milhares de mulheres devem estar a olhar-se ao espelho (ou a ver-se reflectidas no écrã do computador), tal como eu, a perguntar-se se ele de facto tem algum interesse nela ou se é tudo fruto da sua imaginação. Se ele estaria interessado mas ela estragou tudo com algo que disse, fez ou escreveu... ou por ter sido demasiado ‘forward’ para os padrões da sociedade, tentando dar um passo em frente. Se calhar era cedo demais para tentar fosse o que fosse – e será que de facto foi uma tentativa?

Milhares de pessoas, milhões até, estarão a perguntar-se se as qualidades que apregoam são de facto reais e tantas outras devem, tal como eu, sentir-se desiludidas com o facto de não serem capazes de ser verdadeiramente a pessoa que pensam que são – não serem tão tolerantes como se acham, tão pacientes como se acham...and so on and so forth.

No fundo, a verdade mais básica é esta: por mais que se negue, nós estamos sempre em primeiro lugar. E ser um pouco egoísta é bastante saudável e faz maravilhas à saúde mental. Apenas temos de aprender que o nosso egoísmo tem de conviver com o de toda a gente. Os outros não vão ser altruístas para com os nossos desejos, tal como nós não abrimos mão dos nossos anseios pelos de outrém (atenção que falamos de necessidades mais que básicas, diria até primais.)

Só quero que gostem de mim. Só quero ser amada. Só quero ser ouvida, entendida, acarinhada. Quero sentir que SOU um floco de neve único e especial, porque há alguém que me vê assim, como algo precioso e frágil.
Mas não quero ser frágil sem força. Não quero ser única e só.

Tudo o que quero é amor. Quero amar, amar – não necessita ser perdidamente. Intensamente, isso sim. 
Amar e ser correspondida, nem que seja por um segundo fugaz.
Sou um poço de contradições, surpresas e desilusões.

Sou humana, nada mais.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Meu Amor

O meu amor
tem lábios de silêncio
e mãos de bailarina
e voa com o vento
e abraça-me
onde a solidão termina.

O meu amor
tem trinta mil cavalos
a galopar no peito
e um sorriso só dela
que nasce quando
a seu lado eu me deito.

O meu amor
ensinou-me a chegar
sedento de ternura
sarou as minhas feridas
e pôs-me a salvo
para além da loucura.

O meu amor
ensinou-me a partir
nalguma noite triste
mas antes ensinou-me
a não esquecer
que o meu amor existe.

- O meu amor existe, Jorge Palma


E é tão bom sentir assim, com certezas reais e sonhos inocentes...

terça-feira, 12 de maio de 2009

A mim não me basto

Herbívoros complacentes
se passeiam pelo pasto.
Para mim não me basto.

Carreiros de formigas
juntando provisões.
Sonho em forma de canções.

Penas de asas soltas
esvoaçam no azul céu.
Fuga deste coração meu.

Pétalas e pólen
levados pelo vento.
Não me chega o contentamento.

Crianças correndo
entre louras searas.
Minhas são mil caras.

Fresco riacho
escorrendo pelos seixos.
Um sorriso nos queixos.

O sol poente
que arrefece o dia.
Se pudesse, o que eu faria!

domingo, 21 de setembro de 2008

Até breve

O fim de um olhar,
o fitar de um horizonte.
Este profundo sonhar,
profecias de boca de hierofante.
Quebra-se o espelho
do reflexo da medusa,
fita-me agora um velho,
é ele a saudade que me usa.
Jogo no chão as místicas runas
perguntando por ti e teu caminho...
Espalho minh'alma nas dunas,
buscando em vão o teu carinho.
O silêncio abate-se sobre a rua
e a noite escura sobre mim...
visto-me de tristeza nua
ultrapassando a barreira do fim.
O arcanjo viandante,
ceifeiro da seara das vidas,
não me afastará de ti.
O momento determinante,
em que se vão todas as dúvidas,
não será para nós o fim.
Como sombra protectora
estarás sempre comigo.
Que sejas recebido nos doces braços da Senhora,
meu mui amado amigo.

Até breve, Alex.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Génese

"eu nasci do amor que há entre Deus e o Diabo"



- Cântico Negro, José Régio







Não o seremos todos?



Quem de nós pode alguma vez afirmar que não é igualmente fruto deste amor?